segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Vou.


Vou entregar-me e mergulhar. Mergulhar no meu mar, deixar as ondas de água gélida e no entanto pura envolverem-me.Talvez assim veja a minha alma lavada, sarada até. Vou fechar os olhos a tudo o que me liga a esta feia realidade que me deita abaixo, e me enterra cada vez mais nesta escuridão que parece não ter fim. Vou gritar e expulsar toda esta raiva, toda esta dor que me corroí e me destrói lentamente, como um cancro leva a vida a um doente. Vou parar, e ouvir as batidas do meu coração, vou contá-las, e perceber quem o faz bater mais depressa, e quem o abafa. Vou chorar.. vou chorar até que todas as más emoções me libertem, e eu fique tão leve ao ponto de conseguir sonhar e voar como outrora. Vou crescer, esquecer, e eventualmente perdoar, de modo a que tudo o que ficou marcado um dia possa sarar. Eu vou, porque eu posso. Afinal, trata-se de mim, trata-se da minha vida, e está na altura de eu acreditar. Por isso, eu vou, e vou acreditar em mim.

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