segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Vou.


Vou entregar-me e mergulhar. Mergulhar no meu mar, deixar as ondas de água gélida e no entanto pura envolverem-me.Talvez assim veja a minha alma lavada, sarada até. Vou fechar os olhos a tudo o que me liga a esta feia realidade que me deita abaixo, e me enterra cada vez mais nesta escuridão que parece não ter fim. Vou gritar e expulsar toda esta raiva, toda esta dor que me corroí e me destrói lentamente, como um cancro leva a vida a um doente. Vou parar, e ouvir as batidas do meu coração, vou contá-las, e perceber quem o faz bater mais depressa, e quem o abafa. Vou chorar.. vou chorar até que todas as más emoções me libertem, e eu fique tão leve ao ponto de conseguir sonhar e voar como outrora. Vou crescer, esquecer, e eventualmente perdoar, de modo a que tudo o que ficou marcado um dia possa sarar. Eu vou, porque eu posso. Afinal, trata-se de mim, trata-se da minha vida, e está na altura de eu acreditar. Por isso, eu vou, e vou acreditar em mim.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

A carta que eu nunca te escrevi .


"Desde o começo não sei quem és,
no fundo não te conheço,
Secalhar sou o culpado,
Secalhar até mereço.
Quis confiar em ti,
mas não deixaste, tu não quiseste.
Imagino as coisas que tu nunca me disseste

Às vezes queria ser mosca e voar por aí,
pousar em ti..
Ouvir o que nunca ouvi,
ver o que nunca vi nem conheci..
Saber se pensas em mim quando não tás comigo..
Será que és minha amiga como eu sou teu amigo?
Será que falas mal de mim nas minhas costas?
Há coisas em ti que tu não mostras,
ou já não gostas ?
Quantas vezes te pedi para seres sincera,
quem me dera
.
Imagino tanta coisa enquanto estou à tua espera.
Apostei tudo que tinha e saí a perder, sem perceber.
Surpreendido por quem pensei conhecer.

Sem confiança a relação não resiste, o amor não existe.
Quando mentiste, não fiquei zangado, mas triste.
Não peço nada em troca, apenas quero sinceridade.
Por mais crua e dificil que seja, venha a verdade!
Será que me enganas,
será que chamas ao outro o que me chamas?
Será que é verdade quando me dizes que me amas?
Será que alguém te toca em segredo?
Será que é medo? Será que para ti não passo que mais algum brinquedo?
Será que exagero? Será que não passa de imaginação?
Será que é o meu nome que tens gravado no teu coração, ou não?
Eu sou a merda que vês, ao menos sabes quem sou.
E sabes que tudo que tenho é tudo aquilo que eu te dou!
Nunca te prometi mais do que podia.
Prefiro encarar a realidade a viver na fantasia
Também te magoei,
mas nunca foi essa a intenção
E acredita que ver-te infeliz partiu-me o coração
Mas errar é humano e eu dou o braço a torcer
Reconheço os meus erros sei que já te fiz sofrer

Porque é que não me olhas nos olhos quando pedes perdão?
Será que é por saberes que neles vês o refexo do teu coração?
E os olhos não mentem enquanto a boca o faz.
E se ainda não me conheçes, então nunca conheçerás.
Serás capaz de fazer o que te peço?
Desculpa-me ser mal educado, quando stresso.
Assim me expresso, sofro e praguejo o excesso.
Se conseguissemos dialogar já seria um progresso.
A chama enfraquece e está a morrer aos poucos
Porque é que é assim, será que estamos a ficar loucos?
Acho que nunca soubeste o quanto gostei de ti
Esta é a carta que eu nunca te escrevi..."